Plantio da Soja. Pesquisadores e técnicos orientam plantio, com a volta das chuvas

30 - SET - 2024
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A abertura oficial de plantio da safra de soja 2024/2025 está programada para o próximo dia 11 de outubro, no Maranhão.  Alguns estados já podem iniciar o plantio, mas como estamos em um ano atípico, fugindo da normalidade e totalidade das regras em função de uma estiagem, pesquisadores e técnicos orientam seguir o cultivo com as janelas de semeadura mais amplas, observando o melhor período de plantio da cultura, compondo ZARC – Zoneamento Agrícola de Risco Climático -, tecnologia e genética.

No Norte do Paraná, a maioria dos agricultores instala suas lavouras a partir do 2º decêndio de outubro, ou seja, a partir do dia 11 (padrão cultural). Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, José Salvador Foloni, é quando se tem o maior potencial produtivo. Já a partir de 20 de novembro, a cultura fica sujeita, no final do ciclo, a maior incidência de pragas e doenças. Mas o pesquisador alerta que para semear é preciso esperar as chuvas em um montante suficiente para fazer reserva hídrica no solo. Devem-se observar dados climáticos.

A observância de dados climáticos, com a elaboração de mapas, com consultoria meteorológica é também incentivada pelo head de agronegócio da plataforma Climatempo, Caio Souza, que esteve recentemente em um evento em Londrina (PR). “Quanto mais informado o produtor estiver menos riscos vai correr com a safra. Hoje, não se pode mais “apostar” no tempo. A meteorologia evoluiu muito, tem base científica, passa a ser um investimento e é um apoio aos riscos climáticos”, reforça.

O agricultor anseia em antecipar a semeadura da soja para não ter prejuízos com o milho 2ª safra (safrinha), mas esta antecipação pode diminuir a produtividade devido a fatores relacionados não só ao clima, mas também fitossanitárias , com o vazio sanitário, período sem soja para  demover a proliferação da doença ferrugem asiática.

 O pré-plantio precisa de água

O pesquisador, José Salvador Foloni explica, que quando o solo está muito seco, as ações de manejo do solo, de plantas daninhas, de cobertura, aplicação de corretivos, entre outras, são dificultadas. “Ações mecanizadas do pré-plantio, como a aplicação de herbicidas para a dessecação química acabam não tendo um controle eficiente. As aplicações de corretivos, como calcário, necessitam de chuva para melhorarem a fertilidade do solo. A umidade relativa do ar baixa, pode comprometer o manejo de plantas daninhas (escape) na pré-semeadura, devido a não reação do calcário na correção do solo”.

“A seca vai dificultando os processos agronômicos. É preciso aguardar o retorno das chuvas. Se plantar corre altíssimos riscos. É muito importante o produtor ter assistência técnica de profissionais que dominem a região. Eles vão recomendar tecnologias diferentes, adequadas por dados fitossanitários, com a melhor performance possível nas condições da realidade do produtor, validando a pesquisa a campo”, orienta Foloni.

Os cuidados com o plantio

O vazio sanitário da soja no Paraná terminou no dia 31 de agosto, mas segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, em função da seca, o plantio da soja está bem tímido. Para a safra 2024/25 a estimativa é de 5,8 milhões de hectares plantados para colheita de 22,3 milhões de toneladas.

A coordenadora de Tecnologia e Nutrição da Belagricola, Letícia Ferreira comenta que um bom planejamento de safra com boas práticas de manejo e tratos culturais devem ser observados, com a finalidade de melhores resultados no enfrentamento às adversidades climáticas, que passam por cuidados com o solo, semeadura, adubação, questões nutricionais, entre outros.

Para o plantio, na fase da semeadura deve-se observar a umidade do solo, já que sementes de soja necessitam absorver aproximadamente 50% de água em relação à sua massa seca para iniciar o processo de germinação. O tratamento de sementes é outro fator a ser observado e sempre que possível optar pelo tratamento industrial.

“Com o extenso período de pousio, ocasionado pela antecipação da colheita do milho, muitas áreas foram infestadas com plantas daninhas, que devem ser controladas previamente à semeadura da soja para evitar mato-competição inicial”, orienta Letícia Ferreira.

A coordenadora reforça também, que é necessário estar atento à regulagem da semeadora e à velocidade da operação de semeadura, que não deve ultrapassar 6 Km/h. A uniformidade no plantio, com a correta distribuição das sementes (espaçamento) e do fertilizante, evitam plantas duplas e falhas e garantem o bom contato da semente com o solo.

Outro fator é o acompanhamento da emergência apropriada com o controle de pragas e doenças no desenvolvimento da cultura.

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