Mix de cobertura pós-safrinha traz benefícios ao solo e prepara áreas para o plantio da soja

11 - AGO - 2025
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No período pós-colheita do milho safrinha, o uso de mixes de plantas de cobertura tem se mostrado uma estratégia eficiente para garantir diversos benefícios ao produtor rural. Um dos principais ganhos proporcionados por essa prática é a ciclagem de nutrientes. As espécies que compõem o mix são capazes de mobilizar nutrientes presentes no solo, tornando-os disponíveis para a próxima cultura – que, na maioria dos casos, será a soja, embora também possa ser o milho de verão.

Outro ponto de destaque, evidenciado por Luis Guilherme Madaloso, do setor de compras de sementes da Belagrícola, é a descompactação do solo, obtida com o uso de plantas como o nabo forrageiro, que possui raízes com grande capacidade de romper camadas compactadas. Esse tipo de compactação é comum nas lavouras, resultado da intensa movimentação de máquinas agrícolas durante o plantio, pulverização e colheita.

Além disso, ele ressalta que, no intervalo entre o final do ciclo do milho safrinha e o plantio da soja, o cultivo de plantas de cobertura atua como supressor de plantas daninhas. Ao ocupar o espaço, essas culturas reduzem significativamente o surgimento de espécies invasoras que competiriam com a soja ou o milho na safra seguinte, comprometendo a produtividade. Outros benefícios relevantes incluem o controle de nematoides, com o uso de determinadas espécies do mix que ajudam a reduzir a população desses patógenos no solo.


Acesso a sementes e suporte técnico

Segundo Madaloso, a Belagrícola está preparada para fornecer sementes de plantas de cobertura com disponibilidade imediata, visando atender ao produtor nesse período estratégico.

“São materiais com ciclos ajustados à janela entre a colheita do milho safrinha e o início da cultura de verão, garantindo tempo hábil para o desenvolvimento das plantas e a obtenção dos benefícios antes do manejo – seja por rolagem ou dessecação – e posterior plantio da soja”, explica o agrônomo.

Ele complementa que a Belagrícola trabalha com as duas principais empresas do setor de plantas de cobertura, referências no segmento. A iniciativa está alinhada ao Programa CPS – Construção do Perfil de Solo, uma bandeira que a empresa tem fortalecido nos últimos anos. Todos os benefícios citados – ciclagem de nutrientes, supressão de plantas daninhas, descompactação e controle de nematoides – se conectam diretamente ao conceito de construção de um solo mais equilibrado, produtivo e sustentável.


Mix de ciclo curto prepara o solo para a soja

Um dos mixes de cobertura bastante utilizados pela Belagrícola é composto por seis espécies vegetais que atuam diretamente na melhoria das condições do solo durante a entressafra, especialmente no período pós-colheita do milho safrinha.

O engenheiro-agrônomo Nícolas Garrido, gestor da filial da Belagrícola em Palmital (SP), conta que o mix foi desenvolvido pelo pesquisador Valdemir Calegari, referência internacional em plantas de cobertura, e está integrado ao programa “Rota da Produtividade” da empresa, em sinergia com o CPS – Construção do Perfil de Solo. O mix se destaca pelo ciclo curto de 60 dias, sendo ideal para áreas onde o produtor precisa realizar o plantio da soja logo após a colheita do milho.

Composição do mix

  • Crambe: promove a reciclagem de enxofre e auxilia no controle de nematoides.

  • Nabo forrageiro: sistema radicular profundo que contribui para a descompactação do solo.

  • Trigo mourisco: atua na ciclagem de potássio e favorece a micorrização, importante para a saúde microbiológica do solo.

  • Sorgo forrageiro: auxilia na formação de palhada e no controle da erosão.

  • Milheto: contribui para a cobertura do solo e para a prevenção da erosão.

  • Feijão-mungo: fornece nitrogênio ao sistema e ajuda na descompactação.

A combinação dessas espécies, com diferentes tipos de raízes, permite que o solo seja beneficiado em diversas profundidades, criando um ambiente ideal para o desenvolvimento da vida biológica. Garrido destaca que o sistema também favorece a Capacidade de Retenção de Água (CRA), essencial para enfrentar períodos de estiagem, além de formar uma cobertura que reduz o surgimento de plantas daninhas, ajudando a diminuir o uso de herbicidas e os custos de manejo.


Implantação e manejo

A recomendação é que o mix de cobertura seja implantado logo após a colheita do milho safrinha, entre o final de julho e o início de agosto. A semeadura pode ser feita a lanço, seguida de gradagem niveladora para incorporar as sementes ao solo. Com o ciclo de 60 dias, a rolagem ou dessecação do mix pode ocorrer no início de outubro, permitindo o plantio da soja por volta de 15 de outubro, dentro da janela ideal para a região de Palmital (SP) e arredores.

A Belagrícola também oferece outros mixes de cobertura, com ciclos de 90 e 120 dias, adaptados às necessidades de manejo e ao calendário agrícola de cada propriedade e região. O uso de plantas de cobertura – também conhecidas como plantas de serviço – reforça o compromisso da Belagrícola com práticas sustentáveis e produtivas, alinhadas à proposta do CPS, que busca consolidar sistemas agrícolas mais eficientes, resilientes e rentáveis.


Produtor recupera solo e colhe bons resultados

Há sete anos, em 2018, o produtor João Carlos da Silva (Grupo Eletrosom Agrícola) utilizou um mix de cobertura em um talhão de 13 hectares na propriedade, no município de Palmital (SP). A área havia sofrido erosão, atingindo inclusive as curvas de nível. Após os cuidados, João Carlos implantou o mix e, segundo ele, houve recuperação do solo, permitindo o plantio de milho e soja com boa produtividade.

Este ano, o produtor repetiu a prática em outro talhão de 10 hectares.

“A ideia é acompanhar a produção e, quando necessário, fazer o mix em áreas comprometidas, visando a descompactação do solo, entre outros benefícios, e o aumento da produtividade”, comenta João Carlos.

O consultor Anderson Santos Araújo, da Belagrícola, que acompanha a propriedade, explica que as ações do produtor fazem parte do Programa Construção do Perfil de Solo (CPS), que busca olhar o solo de forma mais estratégica, utilizando agricultura de precisão, plantas de cobertura e outras ferramentas de análise e manejo, sempre com orientação técnica adaptada à realidade de cada talhão.

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