Variações climáticas e os desafios para o Hortifrúti

Produtores de frutas, legumes e verduras sabem o quão sensíveis são essas culturas diante das variações climáticas. Muita ou pouca chuva, invernos rigorosos ou calor excessivo, são exemplos de situações que tiram o sono dos produtores e exigem respostas rápidas diante das variações do clima.

É o que explica Haroldo Correa Rolim Neto, especialista de hortifrúti da Belagrícola. “O hortifrúti, diferentemente dos cereais que dão uma possibilidade de respostas maiores, demanda muita visita a campo, pelo menos duas a três vezes por semana, em função da suscetibilidade às condições climáticas. Qualquer perda no tempo de aplicação dos insumos, por exemplo, refletirá na qualidade e na produtividade da cultura”, ensina o especialista.

DESAFIOS E APRENDIZADOS
 
Haroldo comenta que a região Sul vive um momento de neutralidade climática com o fim da La Niña, ou seja, esses são tempos de calmaria. Mas o quadro dos últimos dois anos foi bem diferente, atípico e desafiador, com quantidade de chuvas acima da média, entre agosto e dezembro, e geadas em pleno novembro, quando o ciclo da cebola se estendeu com florescimento antecipado, prejudicando a qualidade e elevando o preço no final do ano. O clima também teve reflexo em outras culturas, como a batata, que teve queda na produtividade.

Mas esses dois anos também foram períodos de aprendizado para o produtor de hortifrúti, com o aprimoramento do manejo por meio do controle biológico do solo. “Foi realmente um crescimento. O produtor passou a perceber a importância do uso equilibrado dos ativos biológicos e químicos que já fazia uso, e percebeu que sem um trabalho integrado, pontual e assertivo de aplicação, as perdes são grandes”, explica.
 
NOVOS DESAFIOS À FRENTE

Essa janela climática de neutralidade por que passa a região Sul atualmente promete durar pouco tempo. A previsão dos institutos meteorológicos é de que, a partir do segundo semestre deste ano, estejamos sob os efeitos do El Niño, que na região Sul pode trazer, além de chuva acima da média, um maior número de dias sequenciais com chuva.

“Ocorrendo um aumento de chuvas, o produtor deve focar ainda mais no monitoramento constante e na atenção sobre o manejo do solo e dos cultivos, principalmente para a próxima safra de batata. Esses últimos anos deixaram clara a importância de conciliar ativos biológicos e químicos para proteger as culturas de frutas, legumes e verduras contra pragas e doenças, e para enfrentar as intempéries climáticas”, ensina Haroldo.
 
SERVIÇO: o especialista em hortifrúti, Haroldo Correa Rolim Neto, atende na unidade Belagrícola da cidade de Ponta Grossa, na Avenida Visconde de Mauá, 4141.